Esse texto foi escrito em 2010, como um presente para meu grande amigo, Vinicius de Castro.
Ele resolveu guardá-lo para divulgar juntamente com uma exposição que vinha preparando.
No entanto, em outubro de 2012, uns dias antes de seu aniversário, ele partiu em espírito para dimensões superiores. Agora, deixo aqui minha visão pessoal, arquetípica e astrológica desse menino eterno e carente que tanto sofreu e amou nessa vida.
Minha pequena homenagem.
Minha pequena homenagem.
Te amo.
Vinicius de Castro nasceu no dia 10, no mês 10 e no ano 77. Seu número poderia ser o um, o dez, ou mesmo o oito, que corresponde à soma de todos, mas não, ele prefere o Sete. Seu número da sorte.
E como todo herdeiro das vibrações netunianas do místico Sete, é sensível, imaginante, visionário e artista.
Seu signo também é o sétimo da roda zodiacal e além do Sol, Mercúrio e Plutão também buscam equilíbrio na super balança libriana do seu mapa astral. Expressando seu talento como fotógrafo, pôde unir arte e relacionamentos. Imagem e pessoas. Ideias, proporção, bom gosto, criatividade e gentileza.
Três vezes libriano, Vini sorri agradável e tem maneiras de gentleman. Com
um desejo sincero de agradar, é sempre receptivo e gentil. Solícito, considera
o outro e garante reciprocidade.
Ao se relacionar com seus modelos nas deliciosas sessões fotográficas,
permite a liberdade de ser e estar. Se abre a sugestões, concede atuação e
conforto aos que estão do outro lado de sua mágica Nikon. Co-opera. Não impõe, avisa o que é bom, sugere. Atua sem pressão, mas está claro quem conhece todas as nuances de uma intuitiva iluminação e o momento preciso de consumar o click perfeito.
Inteligente e mental, poderia ser simplesmente conceitual e cheio de
ideias límpidas, mas é possuído por cores fortes e facilmente se conecta com o
instintivo e o visceral.
Ele voa no ar, mas está de passagem, em preparação para o mergulho no
oceano de sensações profundas. Quando a simétrica estética libriana vê o mundo através do ascendente Câncer, sentimentos desregrados e caóticos fluem, o mundo gira e a imaginação faz o caleidoscópio girar.
Dançam fluxos e refluxos de maré emocional. O sentido intuitivo dos ritmos do ser gera... Cadência. As garras tenazes agarram os sentimentos fortemente. Amores intensos, raivas fulminantes, dores que duram e se vão. Renascimento.
Drama, excesso, gargalhadas, maquiagem e sombras carregadas. Álcool
forte, bruxaria. Seu portfólio é a consagração da intensidade. Sob sua ótica, o
kitsch fica chic e o mistério ainda mais misterioso.
Em sua primeira exposição individual, “As Sete Cores Do Pecado”, registrou os pecados capitais em sintonia com as cores do arco-íris. 7x7.
Quando criou as fotos de “No Museu”- exposição de 2005 no MAC- encontrou
em preto e branco, simetrias e formas inéditas no próprio Museu de Arte
Contemporânea de Goiânia. Mais sombras e mistérios que o óbvio da vista concreta.
Em sua primeira exposição individual, “As Sete Cores Do Pecado”, registrou os pecados capitais em sintonia com as cores do arco-íris. 7x7.
Em “Mergulhos de Luz”, Na Galeria Frei Confaloni, experimentações de luz
criaram espectros que uma vez mais, evocam a simbólica abstrata do primeiro
signo do elemento água.
No mais lunático dos ascendentes, a Lua rege as marés e o mapa astral. O
divino agora é fêmea. Percebe-se pelas divas que lhe encantam e tantas vezes
encarnam. Marilyn Monroe, Jessica Rabbit, Úrsula a bruxa do mar, Elke Maravilha,
Juliette Lewis, Mamãe Oxum...
Também são muitas as mulheres imortalizadas por sua lente. Com ele, o
feminino se encontra orgulhosamente fotografado.
Vini gosta de registrá-las com facetas abertas, francas,
escandalosas e dominadoras. Seios, vagina, útero, bocas, lágrimas e os corpos
puros em suas formas naturais, idades reais e pesos generosos. Nada de estéticas comportadas! Nada de doméstico e convencional! O vulgar e o feio sob suas lentes ficam valiosos e lindos. Ele vê além. E além, chega ao sublime.
Assim, com tal lente mágica e abrangente, também retrata crianças. Sempre com sensibilidade e encanto, sempre como se vê a si mesmo. Foi criancinha de ouro, cheia de charme, filhinho de avó, ganhava no sorriso e no amor. Guardou essas lentes saturadas do passado e assim fotografa. Assim vive e mora.
Coleciona sapos, santos, entidades e obras de arte. Todos habitam seu
lar e se mesclam com as paredes coloridas. Coloriu o corpo com tatuagens de
seus desenhos preferidos, cozinha bem, cuida de bichinhos, de cactos exóticos e
dezenas de plantas. É a própria Grande Mãe de sua Criança Eterna.
Sorte, guias protetores, salvadores.
Consciência dos planos superiores da vida.
Otimismo e sucesso.
"Só notícia boa!"
E os seres do outro plano também são modelos de sua imaginação mística. Candomblé
contemporâneo, sincretismo moderno, deidades em cores e filtros de efeitos
especiais.
Em um ensaio sublime, mergulhou figuras sacras em água e com filtros coloridos
diversos criou uma seqüencia onde os efeitos nos fazem imaginar o nume dos
céus. Ainda brincando com água, derramou algumas gotas sobre negativos que com o tempo criaram fungos. Sobre as imagens, se revelaram lindas interferências orgânicas nas fotos de sua exposição “Cortiço Aurora”, de 2003.
Em meio a santas e putas, entre madonas e pombas giras, Aphrodite Porne dá
o ar da graça em Virgem, onde encontra também a Lua.
Com as patronas da criação no signo da ultra realidade, a arte é a saída
natural de expressão para suas visões interiores de glamour e decadência. E o talento
para manusear e transformar tal terra, veio junto no kit virginiano. Talento para registrar e talento para ser. Com seu histórico de superações pessoais, gira na roda da Gira sempre rumo à evolução.
Sabe instintivamente o que os outros querem e precisam, tem como destino
considerar o outro, mas sabe bater o pé e dizer chega. O radar do limite é
calibrado para avisar quando é hora de pensar mais em seu amor próprio.
Entre a pessoa e o artista, é difícil definir um só. Vive a arte que fotografa,
talvez por isso seja tão querido pelas galerias que querem divulgar seu acervo
em alta resolução. Entende, circula, está.Vai aprendendo no movimento que a todos não se agrada nunca e que em cima do muro não é lugar para artistas de verdade.
Muitas facetas, muitas experiências, muitos amores e milhares de flashes.
Do depravado ao misterioso, do sagrado ao profano, do preto e branco à saturação
de cores e tantas vezes do inferno ao céu, Vinicius de Castro não perdeu
nenhuma oportunidade de registrar e guardar em seu acervo canceriano de
recordações, lindas e fortes imagens.
No fundo, o que interessa para seu instinto de feedback é que "Seja bom para todos!"
Todas as fotos desta publicação são do acervo de Vinícius de Castro 1977-2012 |
Pra sempre em minha memória e em meu coração!
"Pedras Roxas Forever"
2 comentários:
Quero postar mas agora nao dou conta...muita verdade! Obrigada.
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