09 janeiro 2007

12 - O Pendurado – Menino Semente


Criança Divina
Redentor
Entregue ao sacrifício
Transforma dor em flor


Doze horas
Doze meses
Doze constelações...
E o tempo não passa por aqui.
Há quanto tempo estou no poço do sacrifício?
Ainda há algo que devo aprender pela dor?
É verdade que sofro, mas não me ofereçam Prozac
Ou digam que não tenho Jesus no coração!

Estou amadurecendo.
Tudo se maturando enquanto eu passo o tempo.

Mas o tempo, sem reciprocidade, não passa.
A sensação de impotência me leva a questionar:
Onde termina o poder do destino e começa o meu livre-arbítrio?
Até onde sou responsável pelo que me acontece?
No ângulo impossível para meus olhos e na dimensão inacessível à minha consciência estão os carrascos da história ou os bondosos guias do meu fado?
Suspenso por minhas próprias limitações e ouvindo o silêncio da preparação...
Fecho meus olhos e me permito abrir mão.
Entrego-me. Ouvi dizer que a dissolução é o segredo.
Acredito nos Deuses da Evolução.
Sinto que além do que posso compreender com a razão,
O Senhor dos Sete Mares realiza sua operação.

Catarse mística, limpeza espiritual, aprendizado forçado
Em dimensões oceânicas.
Estou suspenso em sacrifício, transmutando dor em flor.
De cabeça para baixo, aprendi a ver tudo sob outro ângulo.
Aprendi que o bem parece mal, que a loucura pode ser a cura.
Que no silêncio reside o maior sentimento.
Que o fanatismo oculta incertezas e que as dúvidas são o caminho para Deus.
Que perder pode ser ganhar e que a verdade espreita enquanto a mente mente.
Aprendi que enquanto o mundo não puder ser meu, eu serei o mundo.
E que quando tudo estiver certo, é certo que estarei livre!

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