05 janeiro 2007

Tarô Sete

Aparente e muito convincentemente o mundo de hoje é governado pelo material, tecnológico e político. A realidade externa é o ponto de vista predominante. Porém, nossos instintos e nossa imaginação percebem um outro mais sutil e não menos poderoso, que sibilinamente se infiltra pelas fendas e se faz notar.

A profunda necessidade de sentido para a vida sobreviveu nos porões escuros da alma humana, subjacentes ao conhecimento da razão.
Estamos adormecidos para este mundo de verdades subliminares, mas quando ele começa a falar em nosso ouvido, tudo pode de repente, começar a ficar mais interessante.
Ao cruzar a ponte entre o visível e o invisível, entre o consciente e o inconsciente, damos início à jornada rumo a evolução e ao contrário do que se poderia imaginar, a vida agora não se torna mais fácil ou definível, mas sim mágica e, portanto surpreendente e imprevisível.


Verso do Tarô Sete.
Detalhe da obra Hades I,
de Ana Maria Pacheco.
Os símbolos universais que habitam esse mundo “mágico” traduzem em suas imagens carregadas de poder a linguagem da alma e dos instintos. Elas representam as experiências típicas que encontramos ao longo do caminho do autoconhecimento e evocam sentimentos, pensamentos e intuições.
O mito é o fogo! A luz que clareia o medo, fruto da escuridão da ignorância.
E uma vez chamados, os mitos aceitam viver entre nós. Na verdade, eles estão ansiosos para estabelecer uma conexão entre o sagrado invisível e o mundano palpável nesses dias estéreis de significado.

Há um grande vazio no âmago da vida e a necessidade predominante da espécie humana é sentir que a vida faz sentido. Compreender, encontrar significado para sua existência, muito além da sua simples sobrevivência cotidiana.
Como os símbolos universais falam a linguagem do espírito que está vivo em todos nós e sonha em nosso íntimo é natural que seus reflexos se façam notar no universo da arte. Afinal de contas, uma das funções mais poderosas da arte é a revelação do inconsciente que atua andares acima (ou seria abaixo?) do mundo assimilado pelos cinco sentidos.


“É missão do artista penetrar tão longe quanto possível na busca do fundo secreto das coisas, onde uma lei primordial estrutura seu crescimento. Com o coração batendo, somos levados cada vez mais um pouco para baixo, para a fonte primeira”.
Paul Klee.
 
Nas cartas do tarô Sete, temos um compêndio de fórmulas vitalizantes para o coração. Com elas, a mente poderá se abrir à criatividade, às novas possibilidades e ser instruída com imagens luminosas.
Cada artista deu forma e cores, assim como seu traço-assinatura para os arquétipos das cartas. Muitos desses mitos receberam um conceito mais atual, passando por releituras e adaptações.
Literalmente uma “viagem” mitológica do novo milênio!

Sejam felizes e boa viagem!

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