Dia 07 de agosto de 2010 haverá uma configuração super
especial!
Ver um desenho de uma Grande Cruz se formar em um mapa
astral é sempre relevante. Não há como passar despercebido um aspecto tão raro,
bonito e tão temido. O próprio desenho que forma é especial. Um grande
quadrado, preenchido por uma cruz. Lados opostos sendo confrontados e ao mesmo
tempo desafiados por ângulos de 90 graus despertam claro, a sensação de ser
“crucificado”.
As oposições e quadraturas desencadeiam conflitos que
suscitam antagonismos e discórdias provocando crises. No entanto, essas mesmas
crises podem impulsionar a grandes realizações. Assim, se vencida a difícil
tarefa, que é lenta e dolorosa, temos algo incomumente bem integrado.
Quando soube da vindoura configuração no céu de agosto,
comecei a pensar em várias coisas que poderiam acontecer no mundo e com os
seres terrestres. Certo receio invade... Pessoas pouco evoluídas, com muitos
demônios internos, ignorância de sobra e instintos distantes da razão, costumam
ser terroristas em dias assim. Mesmo sem a intenção consciente, são tomadas
pela força do inconsciente coletivo e sem nenhum controle sobre si mesmas,
incitam tragédias, cometem crimes, provocam acidentes atuando como porta vozes
da sombra da humanidade.
Mundialmente, grandes estruturas obsoletas, formas de pensar
ultrapassadas, modelos formados e rígidos, também costumam sofrer mudanças ou
pelo menos serem forçados e questionados. O velho decai em nome do novo e
a Terra na base de tudo manifesta por meio dos fenômenos da natureza suas
insatisfações.
Tanta coisa pode acontecer... No entanto, não se pode pensar
"Ai que medo desse dia". E ficar na janela (ou na TV) esperando notícias
de acontecimentos consideráveis. Não é algo instantâneo, resumido, abracadabra!
Na verdade, é o ápice de um grande e lento processo. Cada
planeta em seu tempo entrou nessa dança cósmica que culmina na Grande Cruz do
dia sete de agosto e continuarão a seguir seu ritmo depois dela.
Por isso é melhor pensar no que vem acontecendo no planeta e
em nossas vidas há alguns anos, pois algo caminha para grandes mudanças. Se
estivermos conectados com as antenas cósmicas, seguramente estaremos
respondendo às necessidades do universo e consequentemente aos seus desígnios
para nossa vida individual.
Foi meio de repente, olhando para um Yantra que tenho em
casa que a minha mensagem particular chegou. Alguma coisa me disse naquele
momento que por trás da tensão típica dessa Grande Cruz, havia uma
possibilidade única de vencer demônios, purgar medos e redimir maldições.
Afinal, acabava de ver no Yantra, símbolo de perfeição, uma imagem similar à do
céu astrológico: quatro lados, quatro portas da percepção envolvendo a esfera
da plenitude.
Não existe parto sem tensão. Contração e dor... Nova
luz, novo algo, novo tudo. No núcleo dos paradoxos internos, a
possibilidade de sintetizar novos poderes. Um Yantra é para os indianos um
símbolo da perfeição divina. Usado em meditações, foi consideravelmente
estudado por Carl Gustav Jung em suas pesquisas. Para ele e vários outros
sábios, a divindade era mais que trina. Qualquer concepção simbólica de
totalidade e equilíbrio psíquico pressupõe quatro partes formando o verdadeiro
elemento sagrado.
Nos estudos da alquimia, por exemplo, o milagre da auto
compreensão, a união harmoniosa da verdade terrena e da celeste, dos quatro
elementos na psique humana, chama-se
“a quadratura do círculo”:
Santíssima Quaternidade!
Uma oportunidade de tentar compreender a perfeição da
esfera...
Observando os planetas envolvidos, temos os quatro signos
cardinais ligados entre si, um de cada elemento: Áries (fogo), Libra (ar),
Câncer (água) e Capricórnio (terra).
No momento fugaz da grande cruz, eles se tocam, ativando
forças únicas, no entanto, a oposição entre áries e libra, marcada por vários
planetas, alguns de órbita bem lenta, confere uma manifestação mais potente e
especial no eixo desses dois signos.
Saturno entrou em libra há algum tempo, voltou para virgem
em movimento retrógrado e agora, desde o dia 21 de julho, segue novamente em
libra, aonde em breve chegarão Marte e Vênus. Ali estará até 05 de outubro de
2012. Quem tem o Sol, a Lua, o ascendente ou mesmo algum aspecto considerável
nesse signo já deve ter sentido alguma pressão.
Saturno questiona, duvida e faz demorar. Saturno aperta,
petrifica, força a barra. Foi considerado o “diabo” na antiguidade e também um
velho sábio no despertar da psicologia profunda. Seu metal é o chumbo e ele
pega pesado, mas faz crescer. Ele passa a foice na futilidade, logo, não é
muito querido pelos frívolos, mas mesmo os mais introvertidos e auto exigentes
já pediram um momento de descanso para o pai da alquimia interior.
Em Libra, signo onde se encontra exaltado (ou no auge do seu
poder) trabalha para recriar as relações, aumentar ou diminuir as dependências
mútuas de acordo com necessidades cármicas, criar novas bases mais sólidas e
independentes. No entanto, é o planeta dos anéis e alianças e quer sim que haja
relações, mas apenas as que merecem sobreviver por serem verdadeiras e
honestas. E as interpretações seguem...
Não existe um basta para o poder dos arquétipos, só
ampliações.
Marte e Vênus chegarão também, para dar força e mais poder.
Enquanto isso, do outro lado da questão...
Áries, signo da ação individual, de atitude e grande
impaciência, recebe Júpiter, um antigo inimigo de Saturno, e Urano, outro
planeta que representa princípios bem diferentes do austero e antiquado senhor
da foice. Júpiter é o grande, o maior, a força dos instintos, a fé, a sorte e o
conhecimento. Ele é otimista e ensina por prazer, mas gosta de exageros. Urano
é rebelde e prefere sempre o novo, o inédito, a modernidade e até o bizarro.
Sua manifestação é repentina. Rapidez e revolução fazem parte do seu estilo
visionário de ser. O que eles querem? Também estou procurando entender. São
energias muito diferentes duelando entre si e nós no meio de tudo.
Mas que nada, hay que
sentir!
Nas outras duas pontas, temos Plutão em Capricórnio e a Lua
em Câncer.
O eixo da família, pai e mãe e tudo o mais que representam
estará sendo acionado. O mundo do pai, simbolicamente também é o mundo das
conquistas profissionais, da razão, da independência. O mundo da mãe representa
o descanso, a natureza emocional, a fuga da dura realidade. As ligações
parentais são fortíssimas e nos definem em vários níveis. Quem somos nós além
desse referencial é uma boa pergunta para esses dias.
Até onde já somos nós mesmos além dessas influências?
Quão independentes?
Fortalecer o que de melhor recebemos deles e tentar
ultrapassar as influências negativas e possíveis traumas é o desafio.
Até onde já somos nossos próprios pais e mães?
Uau... Questão para uma vida inteira.
Os quatro elementos juntos, ligando dois eixos: o da
consciência entre EU e o OUTRO e o eixo familiar, MÃE e PAI, origem e destino
no mundo. Planetariamente, um drama cósmico.
Também pode nos vir à mente aquela velha história do
equilíbrio entre os quatro elementos, tão famosa em literatura e cinema
fantásticos. Como controlar os elementos, cada um com suas características
arquetípicas, chegando assim no poder e magia do quinto elemento? Mais que armas
químicas, explosões de planetas e lutas perfeitas e impossíveis, para
compreender a essência do éter, do amor ou ainda, da quinta essência, existe um
trabalho lento e interno de alquimia e sim, de magia. Mas como a projeção de
verdades internas e sutis para o exterior predomina, deve-se ser um verdadeiro
herói para perceber a real aventura e seus desafios...
Considerando que o planeta Vênus, regente do ano, também é o
regente do quinto elemento... Há uma forte presença de energia feminina no
astral. Como ainda há muito a ser elaborado e evoluído em relação às mulheres
no mundo, infelizmente a maioria dos acontecimentos de repercussão são
trágicos. Por exemplo, na mídia, vários crimes passionais explorados ao máximo.
Mulheres sendo caladas por seus amantes com a morte. Até hoje, anos depois da
caça às bruxas, o feminino continua subjugado e menosprezado.
É impressionante como onde não há cultura o machismo impera.
É alucinante que tudo o relativo ao feminino ainda seja um fator da sombra
coletiva. A evolução parece mesmo uma ilusão às vezes. Enquanto homens xucros
massacram o feminino, essa força natural e coletiva renasce mais forte em
outros seres, pode apostar.
Abrindo espaço para elucubrações... Alguém imagina o que as
bruxas e os gays têm incomum? Por que normalmente se dão super bem? Além de
abominarem o preconceito, eles se encontram no coração do Eterno Feminino, lá
onde existem forças demasiado poderosas para se ignorar. Também não é
coincidência que a maioria deles seja culta, inteligente, sensível e valorizem
tudo que exalte a sensibilidade humana. Também existem homens heterossexuais
com essa capacidade, obviamente. São raros, há de se admitir. Geralmente foram
criados por mulheres fortes e sábias ou nasceram com um poder de alma e de
conhecimento especiais, mais evoluídos e inteligentes que seus irmãos limitados
e primatas.
Pensando sobre a aniquilação do feminino e suas origens, me lembro de um dia, quando assistia a um seminário de xamanismo em Barcelona, onde vários antropólogos, xamãs e cientistas especialistas em plantas enteógenas falavam coisas sábias e maravilhosas sobre as forças da natureza. Então, perguntaram ao senhor Jonathan Ott - um etnobotânico que há anos estuda os hábitos sagrados dos índios - qual era o grande mal do mundo, o que teria acabado com aquela antiga plenitude já que antigamente tudo era tão equilibrado e em simbiose natural com o sagrado. Ele respondeu curto e grosso:
Riding Witches by Otto Goetze |
Pensando sobre a aniquilação do feminino e suas origens, me lembro de um dia, quando assistia a um seminário de xamanismo em Barcelona, onde vários antropólogos, xamãs e cientistas especialistas em plantas enteógenas falavam coisas sábias e maravilhosas sobre as forças da natureza. Então, perguntaram ao senhor Jonathan Ott - um etnobotânico que há anos estuda os hábitos sagrados dos índios - qual era o grande mal do mundo, o que teria acabado com aquela antiga plenitude já que antigamente tudo era tão equilibrado e em simbiose natural com o sagrado. Ele respondeu curto e grosso:
A igreja.
Nesse momento, houve uma gargalhada incontida que preencheu
a sala cortando drasticamente o silêncio. Algo assim... Debochado.
Alguém adorou aquela resposta. E como tinha sido eu mesma,
só pude me retrair timidamente enquanto a sala inteira me encarava e o senhor,
risonho, me lançava um olhar feliz, de quem havia sido mais que compreendido.
Gostei tanto de ouvir aquilo que realmente não pude conter o
riso. Foi meu lado bruxa, que naquele dia além de horrorizar os polidos
europeus, também quis sair de preto em luto pelos homens mágicos do passado que
adoravam a natureza como a deusa mãe. E também porque adora preto mesmo...
Sim foi a igreja. E foi ela também que consagrou a trindade
como santíssima. Pai, filho e espírito santo. A mulher como fêmea, o corpo e a
natureza ficaram de fora... Nada disso era sagrado para eles. Pode-se falar de
Maria... Então a mulher existe para a maternidade, para a pureza e a
virgindade? Existe para servir e interceder? Que conveniente esse formato
inventado e mutilado do feminino. É de alucinar como era interessante para os
puritanos afastar as mulheres dos seus centros de poder! Logo, os princípios
renegados receberam o nome de pecado e se calaram para sempre, não é mesmo?
Não, ganharam força nas sombras e foram chamados de DIABO. Aí está o quarto
componente.
Em nome do pai, do filho, do espírito santo... E do feminino
reprimido!
Incluir a natureza como deusa e reconhecer a santíssima
quaternidade é começar a compreender a plenitude do corpo e da alma no planeta
terra. A realidade densa e telúrica do planeta em que estamos encarnados também
faz parte do conjunto, assim como a presença do Eterno Feminino e sua
importância real.
A evolução da trindade para algo mais completo é um processo
lento que se realiza ao longo dos séculos. Durante milênios a consciência
coletiva trabalha nesse sentido. Perceber é uma questão de capacidade e
vontade.
Teremos em breve uma configuração planetária mágica. Buscar saber quais serão os mitos particulares que elas
poderão despertar individualmente é um primeiro passo. Quais os arquétipos da
sua configuração natal? Onde esses quatro signos tocam seu mapa astral? Poucos
sabem, poucos se importam. Porém, mais importante que ter a consciência e saber
exatamente o que cada planeta significa ali, é estar aberto às mudanças, ter
vontade de evoluir, sentir as conexões no ar, aprender a ver o óbvio e fluir
com o universo.
É combater a própria ignorância com a luz do conhecimento e
com a coragem de se reinventar. É livrar-se de preconceitos e de necessidades
de aprovação social. Caretice é doença forte. Mata lentamente e contamina os
outros ao redor.
O universo dança, segue seu percurso e tudo muda o tempo
todo. Não mudar é perder o bonde para os novos tempos. E eles não vão chegar
amanhã ou dia sete de agosto. Eles já estão aí. Na verdade sempre estiveram.
Prontos para se revelar para as mentes mais brilhantes, insatisfeitas com a
falta de luz.
No dia da Grande Cruz, só quero refletir sobre a divindade
do número quatro, afinal, serão quatro signos unidos em um grande quadrado.
Quero estar aberta para as vibrações do éter alquímico e lapidando minha pedra
filosofal o mais redonda possível...
Espero estar em paz e tranquilidade, com velas perfumadas
para minhas entidades femininas e meu Yantra vibrando plenitude em ressonância
com o Universo.
Maktub!
“O eterno feminino nos eleva"
Final da segunda parte de Fausto
GOETHE
Um comentário:
É preciso mais do observar uma grande cruz no céu, é preciso compreender como funcionam as quadraturas entre os propósitos reoresentativos dessas posição no céu para a Astrologia Mundial. Saturno não será jamais o limitador,Ele mesmo rege Aquário, Urano também cristaliza por ser signo fixo. A maioria dos curiosos falam sobre um grande posicionamento no céu ,mais especulando que traduzem o aspecto frente ao que foram anteriores e diante do momento que vivemos outros trânsitos . O povo adora chamar atenção do fato em manchete,bem sagitarianamente, mas pouco fala do que reverte outras coisas menores que podem fluir para o bem.
O céu apenas descreve o que aqui em baixo se passa.
Beijos
San
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